Gabriel Moura passa a empresariar a banda e viabiliza com a Universal Music o lançamento de “Moro no Brasil” em versão remixada, remasterizada e com áudio espacial, até então inédito nas plataformas de streaming. O álbum digital sai em 13 de junho, um dia antes do show no Festival João Rock, em Ribeirão Preto, SP. A apresentação é transmitida Ao Vivo pelos canais BIS e Multishow e pelo YouTube do Festival e da Rádio 89,9 FM, com participação especial de Seu Jorge, que canta “São Gonça” para uma platéia envolvida e emocionada. Em outubro, a Universal lança uma caprichada edição do icônico álbum em Vinil Duplo e, na véspera do Dia da Consciência Negra, 19/11, o grupo lança “Rap do Negão – citações: Upa Neguinho e Negro Não Sabe O Que É Dor”, música excedente do álbum de estreia e que traz, pela primeira vez juntos, Seu Jorge, Gabriel Moura e Mario Broder. A banda coroa a nova fase com uma apresentação inédita na Brava Arena Jockey, no Rio de Janeiro. Estamos de volta! Novos capítulos em tempo real. Uh Farofaê!!!!

Depois de conversas individuais com cada integrante da banda, Gabriel Moura convence a todos a dar uma nova chance ao projeto, que coleciona fãs espalhados pelo Brasil e pelo mundo. A volta do grupo aos palcos acontece à convite do empresário Peck Mecenas para participar do primeiro 90’s Festival, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, com participação especial de Seu Jorge, que faz o show inteiro com a banda e marca definitivamente o início da nova fase. Muita emoção nesse reencontro e a promessa de não parar novamente.

A banda grava o DVD “Ao Vivo na Lapa”, com ingressos esgotados no Circo Voador, RJ, e participações de Elza Soares, Seu Jorge, Gabriel Moura e Bertrand Doussain, que vem de Paris especialmente para o reencontro. É a primeira vez que  todos os integrantes originais se encontram com o novo vocalista Mario Broder. A química é perfeita, a energia contagiante, o público vai ao delírio e o registro é dirigido por Gustavo Acioli, produzido pela Ativo Humano Produções e lançado apenas em formato físico pela gravadora Biscoito Fino em 2012. Em 2013 a banda acaba pela segunda vez.

Mário Broder, ex‑ vocalista do Funk’n’Lata, passa a integrar oficialmente a banda, com simpatia e leveza, enriquecendo ainda mais o repertório com canções autorais e com sua voz e presença marcantes. A banda volta a se apresentar pelo Brasil em grandes festivais nacionais e internacionais, como Festival João Rock, Festival da Lua Cheia, Festival de Inverno de Ouro Preto, Festival de Inverno de São João Del Rei, Festival de Curitiba, Virada Cultural de São Paulo, Aracaju Folia, Festival de Verão de Helsinque, Festival Tropical de Estocolmo. O grupo volta a ganhar visibilidade e faz uma turnê pelo Brasil e Europa com a diva Elza Soares, que torna-se Madrinha da Banda em 2008.

Seu Jorge deixa o grupo para seguir carreira solo. Com a sua saída, o Farofa automaticamente perde o contrato com a gravadora PolyGram (que mais tarde se tornaria Universal Music), mas resiste e continua na ativa por mais dois anos liderada por Gabriel Moura, que segue cumprindo a agenda ainda lotada. Em 2002 ele deixa a banda para voltar a se dedicar ao teatro. Ele recebe um convite do Grupo Nós do Morro e o espetáculo “Noites do Vidigal” sob sua direção musical ganha o Prêmio Shell de Melhor Música no mesmo ano. O flautista francês Bertrand Doussain volta para Paris e também deixa o grupo. Sob protestos e descontentamento de todos, a banda acaba pela primeira vez.

O grupo decide se reunir de forma acústica  às segundas-feiras de janeiro na Praia de Ipanema e cria o Farofa na Praia, chamando a atenção do Jornal O Globo e da MTV, que fazem matérias sobre o evento. Em fevereiro, realizam show no The Ballroom, no bairro do Humaitá, Zona Sul do Rio, e as grandes gravadoras comparecem e fazem ofertas de contratação. O álbum “Moro no Brasil” sai em agosto do mesmo ano pela PolyGram, reunindo composições como “Moro no Brasil”, “São Gonça”, “Doidinha”, “Bebel” e “A Carne”, marcando a estréia da banda no cenário nacional e lançando a carreira do Seu Jorge, que se tornaria um dos maiores artistas brasileiros no mundo. O CD traz participações de Fagner, Sivuca e do maestro Paulo Moura. A banda se apresenta no Free Jazz Festival e faz uma parceria com Zeca Pagodinho em shows casados no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O grupo é formado no Rio de Janeiro, reunindo os cantores e compositores Seu Jorge e Gabriel Moura, que volta da Europa com as músicas “Doidinha” e “Bebel” na bagagem. O flautista Bertrand, os percussionistas Sandrinho Carioca e Wellington Coelho, o cavaquinista Valmir Ribeiro, o baixista Sergio Granha e o trombonista Carlos Moura, primo de Gabriel, juntos combinam samba, funk, reggae, hip‑hop e soul com letras que fazem críticas sociais contundentes, somadas  ao autêntico bom e velho humor carioca. Os primeiros shows lotam o Teatro Dulcina e a banda explode no cenário underground carioca lotando shows na Zona Sul do Rio, Lapa e Santa Teresa, liderando a cena musical carioca que revelara artistas como Pedro Luís e a Parede.

O Flautista francês Bertrand Doussain chega ao Brasil com uma namorada atriz que o leva ao Teatro da UERJ. Após uma “canja” no show do Maestro Paulo Moura, Bertrand conhece Jorge e eles ficam muito amigos, apesar de um não entender a língua do outro. Os dois vão morar juntos em Santa Teresa. Bertrand insiste para que montem uma banda e o convence. Eles iniciam a procura pelos integrantes e passam a frequentar o estúdio Totem, onde ensaiam Planet Hemp, O Rappa e Chico Science e Nação Zumbi. Em 1996 Gabriel se muda para Portugal, onde reside por um ano.

Após uma tragédia familiar, Jorge Mário (que ganha o apelido de Seu Jorge anos mais tarde, pelo baterista do O Rappa, Marcelo Yuka) se encontra pela primeira vez com Gabriel Moura em um bar onde este tocava no Méier, o “Mai-Tai”. Os dois ficam amigos e passam a andar juntos. Três anos mais tarde, Gabriel passa a ser diretor musical do Teatro da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) e leva Jorge como aluno. Ali eles desenvolvem se desenvolvem artisticamente compondo e atuando juntos. As músicas “Moro no Brasil”, “Menino da Central” e “Rap do Negão” são escritas nessa época.